Parceiros

Mostrar mensagens com a etiqueta Alfredo Marceneiro. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Alfredo Marceneiro. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 2 de maio de 2017

Alfredo Marceneiro . Lista de Letras:



1961 - The Fabulous Marceneiro

  1. Alfredo Marceneiro - Senhora do Monte
  2. Alfredo Marceneiro - Lembro-me de Ti
  3. Alfredo Marceneiro - Amor é Água Que Corre
  4. Alfredo Marceneiro - Mocita dos Caracóis
  5. Alfredo Marceneiro - A Viela
  6. Alfredo Marceneiro - Ironia
  7. Alfredo Marceneiro - A Casa da Mariquinhas
  8. Alfredo Marceneiro - Amor de Mãe
  9. Alfredo Marceneiro - A Menina do Mirante
  10. Alfredo Marceneiro - O lenço
  11. Alfredo Marceneiro - O Bêbado Pintor
  12. Alfredo Marceneiro - O Leilão da Mariquinhas

1972 - Nos Tempos Em Que Eu Cantava
  1. Alfredo Marceneiro - Foi na Velha Mouraria
  2. Alfredo Marceneiro - Domingo de Agosto
  3. Alfredo Marceneiro- Tricana
  4. Alfredo Marceneiro - Oh Águia
  5. Alfredo Marceneiro - Depois Do Carnaval
  6. Alfredo Marceneiro - Nos Tempos Em Que Eu Cantava
  7. Alfredo Marceneiro - Café das Camareiras
  8. Alfredo Marceneiro - A Freguesia
  9. Alfredo Marceneiro - O Pierrot
  10. Alfredo Marceneiro - Três Tabuletas



2007 - Há Festa Na Mouraria







Alfredo Marceneiro - Rainha Santa


domingo, 30 de abril de 2017

Fado Cravo

Autor . Alfredo Duarte Marceneiro
Alguns exemplos deste Fado:

Fado Bailado

Autor . Alfredo Duarte Marceneiro
Alguns exemplos deste fado:



Alfredo Marceneiro - O Natal do Moleiro



Que noite de Natal, tristonha agreste
De neve amortalhava-se o caminho
E o vento sibilada do nordeste
Por entre as frinchas da porta do moinho

Sentado na velha mó, já carcomida
Onde incidia a luz d´uma candeia
O moleiro de barba encanecida
Com a mulher comia a parca ceia

Próximo do moinho, ouviu-se em breve
Uma voz e o moleiro abrindo a porta
Viu um velhinho todo envolto em neve
Vergado ao peso d´uma esperança morta

Entrai meu peregrino da desgraça
Disse o moleiro ao pálido ancião
Aqui não há dinheiro, existe a graça
De haver carinho, piedade e pão

Vinde comer agasalhar-se ao lume
Festejar o nascer do Deus Menino
Porque a vida somente se resume
Na escravidão imposta p´lo destino

Então o velhinho com uma voz sonora
Pronunciou levando as mãos ao peito
Abençoado seja a toda a hora
Este moinho que é por Deus eleito
Henrique Rêgo / Alfredo Marceneiro (Fado Cuf/Fado Bailado)
What a Christmas night, sad, wild
Snow covered the road
And the northeast hissing wind
Between the mill door gates

Sitting on the old grinding wheel, already eaten
Where the light of a lamp fell
The gray-bearded miller
With the woman she ate the spare supper

Near the mill, it was soon heard
A voice and the miller opening the door
Saw an old man all wrapped in snow
Bound to the weight of a dead hope

Enter my pilgrim of doom
Said the miller to the pale old man
There is no money here, there is grace
If there is affection, pity and bread

Come and eat to warm up
Celebrate the birth of the Child God
Because life is only summed up
In slavery imposed by destiny

Then the old man with a sonorous voice
He pronounced his hands on his chest.
Blessed be all the time
This mill that is God-chosen

Alfredo Marceneiro - Bailado das Folhas




Foi numa pálida manhã de Outono
Soturna como a cela dum convento
Que num vetusto parque ao abandono
Dei largas ao meu louco pensamento

Cortava o espaço a lamina de frio
Que impunemente as nossas carnes corta
E o vento num constante desvario
Despia as árvores da folhagem morta

Folhas mirradas como pergaminhos
Soltas ao vento como os versos meus
Bailavam loucamente p'los caminhos
Como farrapos a dizer adeus

Das débeis folhas lamentei a sorte
Mas reflecti depois de estar sereno
Que bailar à mercê de quem é forte
É sempre a sina de quem é pequeno

Desde então, o meu pobre pensamento
Fugiu para não bailar ao abandono
Como a folhagem que bailava ao vento
Naquela pálida manhã de Outono
Henrique Rêgo / Alfredo Marceneiro (Fado Bailado)
It was on a pale autumn morning
Soturna like the cell of a convent
That in an old park when abandoned
I gave up on my crazy thought

Cut the space the cold sheet
That with impunity our meat cuts
And the wind in a constant ravage
Undo the dead foliage trees

Scattered leaves like parchment
Unleashed like the verses of mine
They danced madly for the paths
Like rags to say goodbye

From the weak leaves I regretted my luck.
But I reflected after being serene
Who to dance at the mercy of who is strong
It's always the fate of those who are small

Since then, my poor thinking
Fled not to dance to abandonment
Like the foliage that danced in the wind
That pale autumn morning

Alfredo Marceneiro - Empate Dois a Dois




Joguei-te um beijo, ganhei
Deste-me o dobro depois
Dei-te outro beijo, empatei
Empatámos dois a dois

Nas vastas leis do amor 
Onde os beijos fazem lei
Como sou bom jogador 
Joguei-te um beijo, ganhei

Ao veres meu rosto erguido 
Próprio dos grandes heróis
P'ra que eu ficasse vencido 
Deste-me o dobro depois

Procurei não ficar mal 
Fui nobre, impus-me, lutei
Num arranque colossal 
Dei-te outro beijo, empatei

Podes vencer-me, talvez 
Que o meu valor não destróis
E agora à primeira vez 
Empatámos dois a dois
Carlos Conde / Alfredo Duarte
I kissed you, I won.
You doubled me after
I gave you another kiss, I tied
We tied two by two

In the vast laws of love
Where kisses make law
How I am a good player
I kissed you, I won.

When you see my erect face
Own by the great heroes
For me to be beaten
You doubled me after

I tried not to look bad
I was noble, I imposed myself, I fought
In a colossal start
I gave you another kiss, I tied

You can beat me, maybe
That my worth does not destroy you
And now for the first time
We tied two by two

Alfredo Marceneiro - Fado Laranjeira




Em tenra laranjeira ainda pequenina
Onde poisava o melro ao declinar do dia
Depois de te beijar a boca purpurina
Um nome ali gravei, o teu nome Maria

Em volta um coração também com arte e jeito
Ao circundar teu nome a minha mão gravou
Esculpi-lhe uma data e o trabalho feito
Como sêlo de amor no tronco lá ficou

Mas no rugoso tronco eu vejo com saudade
O símbolo do amor que em tempos nos uníu
Cadeia de ilusões da nossa mocidade
Que o tempo enferrujou e que depois partiu

E à linda laranjeira altar pagão do amor
Que tem a cor da esperança a cor das esmeraldas
Vão as noivas colher as simbólicas flores
Para tecer num sonho as virginais grinaldas
J. César Valente / Alfredo Marceneiro (Fado Laranjeira)


In small orange still small
Where the blackbird lay on the decline of the day
After kissing your purplish mouth
A name I have engraved there, your name Maria

Around a heart also with art and way
When circling your name my hand recorded
I sculpt a date and the work done
Like the love of the trunk there

But in the rough trunk I miss it
The symbol of love that once united us
Chain of illusions of our youth
That time rusted and then left

And the beautiful orange pagan altar of love
Who has the color of hope the color of emeralds
Go brides reaping the symbolic flowers
To weave in a dream the virgin wreaths

Alfredo Marceneiro - Colchetes D'Oiro




Toma lá colchetes d'oiro
Aperta o teu coletinho
Coração que é de nós dois
Deve andar conchegadinho

P'ra ficar mais lindo ainda
Teu coletinho de rendas
Aqui trago minha querida
A mais modesta das prendas

Não quero que tu te ofendas
Nem que tomes por desdoiro
Não te ofertar um tesouro
Digno de teu coração
Mas dados por minha mão
Toma lá colchetes d'oiro

São minúsculas as estrelas
Que se perderam no ar
E a lua pra reavê-las
Pôs de atalaia o luar
Ainda as pude apanhar
No meu nocturno caminho
E fiz delas com carinho
Estes colchetes, portanto
Minha boneca de encanto
Aperta o teu coletinho

Se fores de noite à rua
Deves guardá-los com jeito
Não quero que a dona lua
Toque ao de leve o teu peito
Que eu sempre guardei respeito
Pela grandeza dos sóis
Mas vim a saber depois
E fiquei compenetrado
Que deve ser respeitado
Coração que é de nós dois
Henrique Rêgo / Popular Fado Corrido
Take there square brackets
Squeeze your little boy
Heart that is both of us
You should walk around

You can look more beautiful still.
Your little piece of lace
Here I bring my dear.
The most modest of gifts

I do not want you to be offended
Even if you take it for granted
Do not give you a treasure
Worthy of your heart
But given by my hand
Take there square brackets

The stars are tiny
That they got lost in the air
And the moon to get them back
Put the moonlight on
I still got them
On my nocturnal path
And I made them fondly
These brackets, therefore,
My charm doll
Squeeze your little boy

If you go overnight to the street
You should guard them with care.
I do not want the moon mistress
Light touch your chest
That I always kept respect
By the greatness of the suns
But I came to know later.
And I got mixed up
That must be respected
Heart that's both of us

Alfredo Marceneiro - Os Velhinhos




Sentados nos degraus,
...*
Dois velho aldeões ,
Mortinhos de saudade.

Com palavras de amor,
Candidas como as rosas,
Lembravam com ternura,
A morte anunciada.

Nos olhos de um velhinho,
E com doce lembrança,
Transparecia o amor,
Do tempo ja passado.

E da velhinha avó,
Emersa em confiança,
Lembrava um par gentil,
Em dia de noivado.

Eu tenho uma ambição,
Um grande e vasto sonho,
Diz o velhinho envolto,
De estatica doçura.

Já que deus nos uniu,
Neste mesmo lar risonho,
Só peço que nos dê,
A mesma sepultura.
Henrique Rêgo / Alfredo Marceneiro
*Duvidas na transcrição 
Seated on the steps,
... *
Two old villagers,
Mortinhos de saudade.

With words of love,
Candidas like the roses,
They remembered with tenderness,
The death announced.

In the eyes of an old man,
And with sweet memory,
Transparency of love,
Of the time already spent.

And the old grandmother,
Emerging in confidence,
It was a gentle pair,
On engagement day.

I have an ambition,
A great and vast dream,
Says the old man wrapped,
Static sweetness.

Since God has united us,
In this same smiley home,
I only ask that you give us,
The same grave.



Alfredo Marceneiro - Despedida




É sempre tristonha e ingrata
Que se torna a despedida
De quem temos amizade
Mas se a saudade nos mata
Eu quero ter muita vida
Para morrer de saudade

Dizem que a saudade fere
Que importa quem for prudente
Chora vivendo encantado
É bom que a saudade impere
Para termos no presente
Recordações do passado

É certo que se resiste
Á saudade mais austera
Que á ternura nos renega
Mas não há nada mais triste
Que andar-se uma vida á espera
Do dia que nunca chega

Só lembranças ansiedades
O meu coração contém
Tornando-me a vida assim
Por serem tantas as saudades
Eu dou saudades alguém
Para ter saudades de mim
Carlos Conde e Alfredo Marceneiro (Fado Cravo)
She is always sad and ungrateful.
What becomes the farewell
Whom we have friendship with
But if homesickness kills us
I want to have a lot of life.
To die of longing

They say that longing hurts
Who cares who is wise
Crying with love
It's good that longing is imperceptible.
For terms in this
Memories of the past

It is certain that it resists
I miss you more austerely
May the tenderness deny us
But there's nothing sadder.
How to walk a life waiting
Of the day that never arrives

Just anxious memories
My heart contains
Making my life like this
Because so many misses
I miss someone
To miss me

Alfredo Marceneiro - Orfãzita


Ficara triste a orfãzita
Triste sete anos de vida
Tão airosa e tão bonita
Toda de luto vestida

Mas disse-lhe um dia o pai 
Vives aqui tão sózinha
E o teu paizinho vai 
Dar-te uma outra mãezinha

Outra mãe não pode ser 
Nós temos uma só mãe
Morreu e se outra vier 
Eu quero morrer também

Um dia, a outra chegou 
Toda a gente em festa linda
Só a pequena chorou 
Sózinha, mais orfã ainda

E triste, devagarinho 
Sem dizer nada a ninguém
Foi procurar um cantinho 
Na sepultura da mãe
Francisco Radamanto / Jaime Santos
She would be sad or orphaned
Sad seven years of life
So airy and so beautiful
All dressed up in mourning

But one day the father told him
You live here so alone.
And your dad is going
Give you another mommy

Another mother can not be
We have only one mother
Died and if another one comes
I want to die too

One day, the other arrived.
Everybody in beautiful party.
Only the little one cried
More alone, more orphaned yet

And sad, slow
Without saying anything to anyone
Went to look for a place
In the grave of the mother

Fado Balada

Autor . Alfredo Marceneiro
Alguns exemplos deste fado:

Alfredo Marceneiro - Fado Balada





Conta uma linda balada
Que um rei, dum reino sem par
Vendo morta a sua amada
Quis o seu seio honrar

E por molde, modelada
Depois de gasto um tesouro
Nasceu a graça encantada
Duma taça toda d'ouro

E quando por ela bebia
Morto por se embriagar
Saudoso, triste sorria
Com vontade de chorar

Certa noite imaculada
À luz de um luar divino
Deixou a corte pasmada
E fez-se ao mar sem destino

No mar ansiando a graça
De com a morta se juntar
Bebeu veneno p'la taça
E atirou a taça ao mar

Ao seu seio não há nada
Que se possa igualar
Nem a taça da balada
Que jaz no fundo do mar
Silva Tavares / Alfredo Marceneiro (Fado Balada)
Tell me a beautiful ballad
That a king, a kingdom unparalleled
Seeing your loved one dead
I wanted your breast to honor

E by mold, modeled
After spending a treasure
The enchanted grace was born
One cup of gold

And when he drank for her
Dead from getting drunk
Wretched, sad smile.
Wanting to cry

One Immaculate Night
In the light of a divine moonlight
He left the staggering court
And he made himself to the sea without destiny

In the sea yearning for grace
With the dead get together
He drank poison for the cup.
And threw the cup into the sea

At his breast there is nothing
That can be equated
Not even the ballad
That lies on the bottom of the sea

Alfredo Marceneiro - Há Festa na Mouraria




Desde manhã, os fadistas
Jaquetão, calaça esticada
Se aprumam com galhardia
Seguem as praxes bairristas
É data santificada
Há festa na Mouraria

Toda aquela que se preza
De fumar, falar calão 
Pôr em praça a juventude
Nessa manhã chora e reza
É dia da procissão 
Da senhora da saúde

Nas vielas do pecado
Reina a paz tranquila e santa 
Vive uma doce alegria
À noite, é noite de fado
Tudo toca, tudo canta 
Até a Rosa Maria

A chorar de arrependida
A cantar com devoção 
Numa voz fadista e rude
Aquela rosa perdida
Da Rua do Capelão 
Parece que tem virtude
António Amargo / Alfredo Marceneiro (Marcha do Marceneiro)
Since the morning, the fadistas
Jaquetão, stretched calça
They get tidy with gallantry
Follow the praxes bairristas
It's hallowed date
There is a party in Mouraria

Anyone who appreciates
Quit smoking, talk slang
Put youth in the square
This morning she cries and prays
It is the day of the procession
From the lady of health

In the alleys of sin
Peace is peaceful and holy
Live a sweet joy
At night, it's fado night.
Everything plays, everything sings
Even Rosa Maria

Crying with regret
To sing with devotion
In a fadista and rude voice
That lost rose
From Chapel Street
It seems that it has virtue

Parceiros