Contemplo o que não vejo.
É tarde, é quase escuro.
Quanto em mim desejo
Está parado ante o muro.
Por cima o céu é grande;
Sinto árvores além;
Embora o vento abrande,
Há folhas em vaivém.
Tudo é do outro lado,
No que há e no que penso.
Nem há ramo agitado
Que o céu não seja imenso.
Confunde-se o que existe
Com o que durmo e sou.
Não sinto, não sou triste.
Mas triste é o que estou.
Fernando Pessoa/Armando Augusto Freire(Fado Alexandrino)
I contemplate what I do not see.
It's late, it's almost dark.
How much I desire
He stands before the wall.
Heaven above is great;
I feel trees beyond;
Although the wind slows down,
There are shuttle pages.
Everything is on the other side,
What there is and what I think.
There is neither agitated branch
May the sky not be immense.
It confuses what exists
With what I sleep and am.
I do not feel, I'm not sad.
But sad is what I am.
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