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segunda-feira, 10 de julho de 2017

António Zambujo - Fatalidade
















Tu dizes que já passou
Que nada de nós sobrou
No baú do coração

E que a vida continua
Pois até a tua lua
Nasce noutra direção

E que a vida continua
Pois até a tua lua
Nasce noutra direção

Pões o Inverno na voz
Quando me dizes que nós
Passamos no calendário

Mas eu até acho graça
Falas do tempo que passa
E o olhar diz o contrário

Mas eu até acho graça
Falas do tempo que passa
E o olhar diz o contrário

Vens pra dizer adeus
Mas não te esqueces dos teus brincos
Que pões para mim

Onde vais de vestidinho
E de sapato baixinho?
Ninguém se despede assim

Onde vais de vestidinho
E de sapato baixinho?
Ninguém se despede assim

Eu finjo que até concordo
E que já nada recordo
Desta paixão sem saída

E ficamos abraçados
Como dois enamorados
Dizendo adeus toda a vida

E ficamos abraçados
Como dois enamorados
Dizendo adeus toda a vida
João Monge, Manuel María

You say you've already passed
That nothing of us is left
In the heart chest

And that life continues
For even your moon
Born in another direction

And that life continues
For even your moon
Born in another direction

You put the winter in the voice
When you tell me that we
We passed the calendar

But I think it's funny
Talking about the time that passes
And the look says the opposite

But I think it's funny
Talking about the time that passes
And the look says the opposite

You come to say goodbye.
But do not forget your earrings
What you give me

Where are you going to get dressed?
And with a soft shoe?
Nobody says goodbye like this.

Where are you going to get dressed?
And with a soft shoe?
Nobody says goodbye like this.

I pretend I even agree.
And I do not remember anything anymore
From this dead-end passion

And we held each other
Like two lovers
Saying goodbye all the life

And we held each other
Like two lovers
Saying goodbye all the life

1 comentário:

  1. Estranho Menino Deus é o dum poeta!
    O que nasce e renasce há muitos anos
    Na minha noite de Natal, fingida,
    Mal corresponde à imagem conhecida
    Das sucursais do berço de Belém.
    É uma criança tímida que vem
    Visitar os meus sonhos, e, ao de leve,
    Com maos discretas, tece um poema de neve
    Onde depois se deita e adormece.

    M. Torga

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