A sombra ensombra-me os dias
Num divagar lento
As mãos dobradas vazias
Por sobre o próprio lamento
Que dizer de nós amor?
Sentam-se as horas
Rodopiam os segundos na perseguição de nós
Como abismo escuro e fundo
Que atrai-me assim o ser e a voz
Não é mais do que um perdido lamento atroz
Perdidos olhos vagueiam
Olham sem ver, cegos
Redondas frases anseiam
Fazer-se voz eu nego
Que dizer de nós amor?
Tudo se oculta
Tudo é estreito e estreita em nós a margem da culpa
Como a sombra a que me dei
Que atrai-me assim o ser e a voz
Não é mais do que um perdido lamento atroz.
Jorge Fernando / Ana Moura
The shadow shades me the days
In a slow wander
Empty folded hands
Over and above the lament itself
What about us, my love?
The hours are set
Spin the seconds in the pursuit of us
As dark and deep abyss
That attracts me to being and voice
Is not more than a lost atrocious lament
Lost eyes roam
They look blindly, blind
Round phrases crave
To make a voice I deny
What about us, my love?
Everything hides
Everything is narrow and narrow in us the margin of guilt
Like the shadow I gave myself
That attracts me to being and voice
Is not more than a lost atrocious lament.
Sem comentários:
Enviar um comentário