palavras como um sol que me queimava,
olhos loucos de um vento que soprava
em olhos que eram meus, e mais felizes.
Palavras que disseste e que diziam
segredos que eram lentas madrugadas,
promessas imperfeitas, murmuradas
enquanto os nossos beijos permitiam.
Palavras que dizias, sem sentido,
sem as quereres, mas só porque eram elas
que traziam a calma das estrelas
à noite que assomava ao meu ouvido...
Palavras que não dizes, nem são tuas,
que morreram, que em ti já não existem
- que são minhas, só minhas, pois persistem
na memória que arrasto pelas ruas.
Pedro Tamen/Carlos Manuel Proença (Fado Sereno)
Words you said and no longer say,
Words like a sun that burned me,
Crazy eyes of a wind that blew
In eyes that were mine, and happier.
Words you said and said
Secrets that were slow dawns,
Imperfect, murmured promises
While our kisses allowed.
Words that you said, meaningless,
Without wanting them, but only because they were
That brought the calm of the stars
The night that was looming in my ear ...
Words that do not say, nor are yours,
Who died, who no longer exist in you
- that are mine, only mine, because they persist
In the memory that I drag through the streets.
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