O amor é inútil: luz das estrelas
A ninguém aquece ou ilumina
E se nos chama, a chama delas
Logo no céu lasso declina.
O amor é sem préstimo: clarão
Na tempestade, depressa se apaga
E é maior depois a escuridão,
Noite sem fim, vaga após vaga.
O amor a ninguém serve, e todavia
A ele regressamos, dia após dia
Cegos por seu fulgor, tontos de sede
Nos damos sem pudor em sua rede.
O amor é uma estação perigosa:
Rosa ocultando o espinho,
Espinho disfarçado de rosa,
A enganosa euforia do vinho.
José Eduardo Agualusa / Ricardo Cruz
Love is useless: starlight
No one heats or lights
And if you call us, the flame of them
In the sky lasso declines.
Love is without benefit: glare
In the storm, it quickly goes out
And then the darkness is greater,
Endless night, wave after wave.
Love for no one serves, and yet
To him we return, day after day
Blinded by their glow, foolish thirst
We indulge in your network.
Love is a dangerous season:
Rose hiding the thorn,
Thorn disguised as rose,
The deceptive euphoria of wine.
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