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terça-feira, 23 de maio de 2017

António Zambujo - Terra da Minha Gente


Ai terra da minha gente 
Trigueira de solidão 
A tua voz tão presente 
Grita dos campos do pão 

Mas grita como quem canta 
Os silêncios do pastor 
Quando a alma se agiganta 
Morremos quase sem dor

Mas não morremos sozinhos 
Nem chegamos a morrer 
Que os cheiros dos teus caminhos 
Nos obrigam a viver 

A viver como quem molha 
A boca seca num beijo 
Ai terra que se desfolha 
Ai pranto chão, Alentejo!
José Luis Gordo / Mário Rainho / António Zambujo
Oh my people's land
Trigueira of solitude
Your voice is so present
Scream of the bread fields

But shout like who sings
The Silences of the Shepherd
When the soul looms large
We die almost without pain.

But we do not die alone
We did not even die
May the smells of your ways
They force us to live

To live as one who wets
A dry mouth in a kiss
The peeling earth
Ai mourning, Alentejo!

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