Ei-te uma rosa e no espelho
Entre a sombra e o vermelho
Estranhaste o seu clarão
Agora só a debrua
A luz irreal da Lua
No vago da escuridão
Nela vi quanto dizias
Davas, rias, prometias
Vão murmúrio, vão rumor
Louca, louca esta existência
Tresloucada incandescência
Que o sangue lhe vinha pôr
E era tão intensa a vida
Que a fugaz rosa colhida
Já nem no espelho perdura
Faz-se rosa em desalento
Que a noite mesmo sem vento
Só de a tocar desfigura
Vão-lhe as pétalas caindo
À medida que fugindo
A Lua desaparece
E a manhã quando desperta
Já só vê a forma incerta
De uma réstia que estremece
Triste vida a que me afoite
A fazer de cada noite
Uma flor, uma quimera
Mas rosa, a rosa terás
Outra, outra e outra atrás
Da que morre à tua espera
Vasco Graça Moura / Mário Pacheco
Hey you a rose and in the mirror
Between the shadow and the red
You missed your flash
Now just drop it.
The Unreal Light of the Moon
In the void of darkness
I saw in her how much you said
Davas, rias, prometias
Go murmur, rumor goes
Crazy crazy this existence
Tresloucada glowing
That the blood was coming to him
And life was so intense
That the fleeting rose harvested
Not even in the mirror does it last
It gets pink in dismay
That the night even without wind
Just to touch it disfigures
The falling petals
As you run away
The moon disappears
And the morning when you wake up
Already only sees the uncertain form
Of a trembling limb
Sad life to me
To do every night
A flower, a chimera
But pink, the rose you will have
Another, another and another behind
Of what dies waiting for you
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