Sou moura, o sol me doura a pele,
ao céu do deserto eu chamo meu
No ar aberto ardo: chama e mel.
Onde se solta o vento, eu solto o véu.
Só desejo o que se passa, o breve instante,
asas, navios, a agua dps rios.
Sou viajante, caminho sempre adiante
dos frios invernos e dos secos estios.
Sou moura, conheço os génios do vento,
sei desatar os nós dum mau enredo.
Por vezes choro, porém logo invento
um riso novo para afastar o medo.
Só desejo o que não pode ser,
moragens e mitos, e se canto o grito
é pra impedir o céu de securecer
-como largar fogo ao infinito.
José Eduardo Agualusa / Toty Sa'Med
I am "moura", the sun gathers my skin,
To the desert sky I call my
In the open air, flame and honey.
Where the wind blows, I let go the veil.
I only desire what is happening, the brief instant,
Wings, ships, water dps rivers.
I'm a traveler, I always walk ahead
The cold winters and the dry seasons.
I am "moura", I know the geniuses of the wind,
I know to untie the knots of a bad plot.
Sometimes I cry, but soon I invented
A new laugh to dispel fear.
I only desire what can not be,
Morals and myths, and if I sing the cry
Is to prevent the sky from securecer
- how to set fire to infinity.
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