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domingo, 7 de maio de 2017

Ana Moura - Despiu a Saudade




Despiu a saudade depois do jantar
Num prato já frio de tanto esperar
Aquele que bebe nos tascos da vida
Rodadas de amantes de tara perdida
E chega tão cheio de nada p'ra dar

Sacudiu o pó desse amor primeiro
Num canto guardado do seu coração
Aquele retrato parado no tempo
Que morde por fora, magoa por dentro
Num corpo vazio de tanta ilusão

Mas de repente como um sol depois da chuva
Surgiu a noite transformada em alvorada
Vai p'ró espelho, faz-se bonita
Lábios vermelhos, corpo de chita
Vestido na pressa de quem sai já atrasada
Brilho nos olhos, ar de menina
Livre e rainha, de tresloucada
Saltou p'rá lua, na minha rua na madrugada

Trago o coração à flor da boca
E a sina escrita na palma da mão
Foram tantos anos sem imaginar
O dia sonhado da noite mais louca
Nas ruas da vida com ela a dançar

Despiu a saudade
Sacudiu o pó
Paulo Abreu de Lima / António Zambujo
I miss you after dinner
In an already cold plate of waiting
The one who drinks in the tascos of life
Tackle lovers rounds
And it comes so full of nothing to give

He shook the dust of this love first
In a corner of your heart
That portrait stopped in time
Who bites on the outside, hurts inside
In an empty body of so much illusion

But suddenly like a sun after the rain
The night turned to dawn.
Go to the mirror, it becomes beautiful
Red lips, calico body
Dressed in the rush of those who are already late
Eye shine, girl air
Free and queen, tresloucada
It jumped to the moon, on my street at dawn

I bring my heart to the flower of my mouth
And the sina written in the palm of the hand
It was so many years without imagining
The dreamiest day of the craziest night
On the streets of life with her dancing

Undressed the longing
Shook the dust

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