sexta-feira, 28 de abril de 2017

Aldina Duarte - À Espera de Redenção

Fiz minha casa ao relento
De cinzas, a minha cama
Sem abrigo, como o vento
Sem destino, como a chama

Fiz as pazes com a guerra
Fiz punhais de grandes mágoas
Sem remorsos, como a terra
Sem limite, como as águas

Dei fim a tudo o que quero
Para voltar ao início
Fiz da crença, desespero
Do caminho, precipício

Fiz do gesto, a desmedida
Da perdição, o meu norte
Sem sentido, como a vida
Sem regresso, como a morte

Fiz da terra o meu tormento
Do fogo, devastação
Como as águas, como o vento
Sem rumo nem direcção

Fiz do vazio pensamento
À espera de redenção.
Manuela de Freitas e Pedro Rodrigues (Fado Pedro Rodrigues)

I made my house in the open
From ashes to my bed
Homeless, like the wind
Without destiny, as the flame

I made peace with the war
I made daggers of great sorrows
Without remorse, like the earth
Unlimited, like waters

I have finished everything I want
To go back to the beginning
I became of the belief, despair
From the path, cliff

I made the gesture, the unreasonable
From destruction, my north
No sense, like life
No return, like death

I made the earth my torment
From fire, devastation
As the waters, as the wind
No direction or direction

I made empty thinking
Waiting for redemption.

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