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terça-feira, 23 de maio de 2017

António Zambujo - O Rapaz da Camisola Verde


















De mãos nos bolsos e olhar distante
Jeito de marinheiro ou de soldado
Era o rapaz da camisola verde
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado

Perguntei-lhe quem era, e ele me disse:
Sou do monte, senhor, um seu criado
Pobre rapaz da camisola verde
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado

Porque me assaltam turvos pensamentos
Na minha frente estava um condenado
Vai-te rapaz da camisola verde
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado

Ouvindo-me, quedou-se altivo o moço
Indiferente à raiva do meu brado
E ali ficou de camisola verde
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado

Soube depois, ali, que se perdera
Esse que só eu pudera ter salvado
Pobre rapaz da camisola verde
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado
Pedro Homem de Mello / Frei Hermano da Câmara
Hands in pockets and looking away
Way of sailor or soldier
It was the boy in the green sweater.
Black skein in the wind, maruja beret beside

I asked him who he was, and he said to me,
I am from the mountains, sir, a servant of yours
Poor boy in the green sweater
Black skein in the wind, maruja beret beside

Because I am haunted by turbid thoughts
In front of me was a convict
Go on your green shirt boy
Black skein in the wind, maruja beret beside

When the young man heard me, he was haughty.
Indifferent to the rage of my cry
And there she was in her green nightgown.
Black skein in the wind, maruja beret beside

I learned later, there, that he would be lost
The one that only I could have saved
Poor boy in the green sweater
Black skein in the wind, maruja beret beside

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