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segunda-feira, 8 de maio de 2017

Ana Sofia Varela - Rosa Nocturna




Ei-te uma rosa e no espelho 
Entre a sombra e o vermelho 
Estranhaste o seu clarão 
Agora só a debrua 
A luz irreal da Lua 
No vago da escuridão

Nela vi quanto dizias 
Davas, rias, prometias 
Vão murmúrio, vão rumor 
Louca, louca esta existência 
Tresloucada incandescência 
Que o sangue lhe vinha pôr

E era tão intensa a vida 
Que a fugaz rosa colhida 
Já nem no espelho perdura 
Faz-se rosa em desalento 
Que a noite mesmo sem vento 
Só de a tocar desfigura

Vão-lhe as pétalas caindo 
À medida que fugindo 
A Lua desaparece 
E a manhã quando desperta 
Já só vê a forma incerta 
De uma réstia que estremece

Triste vida a que me afoite 
A fazer de cada noite 
Uma flor, uma quimera 
Mas rosa, a rosa terás 
Outra, outra e outra atrás 
Da que morre à tua espera
Vasco Graça Moura / Mário Pacheco
Hey you a rose and in the mirror
Between the shadow and the red
You missed your flash
Now just drop it.
The Unreal Light of the Moon
In the void of darkness

I saw in her how much you said
Davas, rias, prometias
Go murmur, rumor goes
Crazy crazy this existence
Tresloucada glowing
That the blood was coming to him

And life was so intense
That the fleeting rose harvested
Not even in the mirror does it last
It gets pink in dismay
That the night even without wind
Just to touch it disfigures

The falling petals
As you run away
The moon disappears
And the morning when you wake up
Already only sees the uncertain form
Of a trembling limb

Sad life to me
To do every night
A flower, a chimera
But pink, the rose you will have
Another, another and another behind
Of what dies waiting for you

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