da velha Rua da Palma,
onde eu um dia
deixei presa a minha alma,
por ter passado
mesmo ao meu lado
certo fadista
de cor morena,
boca pequena
e olhar trocista.
Ai, Mouraria
do homem do meu encanto
que me mentia,
mas que eu adorava tanto.
Amor que o vento,
como um lamento,
levou consigo,
mas que ainda agora
a toda a hora
trago comigo.
Ai, Mouraria
dos rouxinóis nos beirais,
dos vestidos cor-de rosa,
dos pregões tradicionais.
Ai, Mouraria
das procissões a passar,
da Severa em voz saudosa,
da guitarra a soluçar.
Amadeu do Vale / Frederico Valério
Ai, Mouraria
Of the old Rua da Palma,
Where I will one day
I left my soul in prison,
For having passed
Right next to me
Certain fado singer
Of brown color,
small mouth
And look mocking.
Ai, Mouraria
The man of my charm
That lied to me
But I loved it so much.
Love that the wind,
As a regret,
Took with him,
But that even now
all the time
I bring it with me.
Ai, Mouraria
Of nightingales in the eaves,
Of the pink dresses,
Of traditional trades.
Ai, Mouraria
Of the processions to pass,
Of Severa in a voice,
Of the guitar to sob.
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