sexta-feira, 28 de abril de 2017

Aldina Duarte - De Costas Voltadas



Nunca fui o que quiseste,
Fui sempre o que não gostavas,
Deitei fora o que me deste,
Pedi-te o que não me davas

Fui abraço de serpente
E beijo amargo limão
Fui um corpo sem ser gente,
Mão que é prego noutra mão

Fui de promessa fingida
E rosto que não se encara -
Dor que não chega a ser ferida
E até por isso não sara

Fui noites sem madrugadas,
Desejo sem aflição
Estamos de costas voltadas
Por mais que digas que não.
Maria do Rosário Pedreira / Alfredo Marceneiro (Fado Pagem)
I've never been what you wanted,
I was always what you did not like,
I cast away what you gave me,
I asked you what you did not give me

I was a snake hug
And a bitter lemon kiss
I was a body without being people,
Hand nailing another hand

I went with feigned promise
And face that does not face -
Pain that does not get hurt
And even that's not why

I went nights without dawn,
Desire without distress
We are facing away
No matter how much you say no.

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